Juro no cheque especial atinge maior marca em 16 anos

O número é assustador: o juro cobrado no cheque especial atingiu a marca de 200% ao ano em dezembro. A maior taxa em 16 anos ocorreu justamente em um momento de recuo na inadimplência desse tipo de empréstimo, que deveria ser usado apenas em caráter emergencial. A redução do calote no fim do ano passado se deu, segundo

análise do Banco Central, porque os assalariados aproveitaram o pagamento do 13.º salário para quitar – ou pelo menos diminuir–as dívidas como banco.

 

“Em dezembro, o saldo do cheque especial costuma recuar. As pessoas  pegam o 13.º salário e aproveitam para sair do cheque especial”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, TulioMaciel. Apenas em 2014, a alta dos juros desse tipo de financiamento foi de 53 pontos porcentuais. Para se ter uma ideia do tamanho do aumento, a

taxa cobrada no encerramento de 2014 para o crédito pessoal de pessoa física ficou em 45,3% ao ano. Mesmo este segmento de empréstimo registrou elevação de quatro

pontos em 2014.

 

A forma de financiamento pessoal mais barata segue sendo o crédito consignado, que desconta a dívida diretamente na folha de pagamento.

 

Com risco baixo de calote para os bancos, e a concorrência cada vez maior por esse filão“seguro”, as taxas sãomais amenas e fecharamem 25,9% ao ano.Os servidores

públicos foram os que conseguiram os juros mais atrativos (24%) ante 28% dos beneficiários do INSS e de 33,9% dos trabalhadores do setor privado.

 

Os dados do Banco Central mostram que quem se dispõe a renegociar dívidas sai no lucro, já que as taxas médias que passam por esse processo terminaram o ano passado em 35,5% ao ano.Os juros para financiamento imobiliário com recursos direcionados ficaram em 8,9% em dezembro passado, mesmo patamar de um ano antes. No caso de recursos destinados ao financiamento ou parcelamento de automóveis, a taxa encerrou 2014 em 22,3%.

 

Fonte:Estadão

 (Emilly Andrade / FETRACOOP-PR)