1º de Maio é marcado por protestos pelo mundo.
Trabalhadores, partidos e sindicatos foram às ruas para protestar contra as
políticas de austeridade dos governos.
Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira em vários países neste 1º
de maio para celebrar o Dia do Trabalhador ou protestar contra as políticas de
austeridade realizada pelos governos.
Na Espanha, os manifestantes saíram às ruas de Madri para
criticar os cortes sociais e a reforma trabalhista realizada pelo governo
conservador espanhol
Exibindo uma enorme faixa com os dizeres "Querem acabar com tudo. Trabalho,
dignidade, direitos", os trabalhadores percorreram o centro de Madri, da Praça
de Netuno até a conhecida Porta do Sol, onde acontecerá um comício de líderes
sindicais.
Em Barcelona, milhares de policiais antimotim estão de
prontidão desde o sábado (28) com a finalidade de evitar protestos violentos,
que coincidem com um encontro de banqueiros centrais da Europa na quinta-feira
(3).
As centrais sindicais aproveitaram o Dia do Trabalho para dar um passo a mais
em sua estratégia de mobilização contra a reforma trabalhista e os cortes
principalmente na educação e saúde decretados pelo governo de Mariano
Rajoy.
Na França, onde os eleitores também irão às urnas no próximo
domingo para um segundo turno das eleições presidenciais, vários comícios foram
realizados nesta terça-feira.
Em Portugal, as duas principais confederações trabalhistas
também estão realizando protestos hoje, e prometeram intensificar as
manifestações desde que o governo anunciou medidas de austeridade para reduzir
déficit orçamentário do país no ano passado. As informações são da Dow
Jones.
Grécia
Outros milhares de pessoas, principalmente comunistas, participaram nas
manifestações em Atenas e outras cidades da
Grécia, um país em que o Dia do Trabalho é celebrado
tradicionalmente como o Dia da Greve Geral no setor privado e
no público.
Estas manifestações acontecem a cindo dias das eleições legislativas de 6 de
maio na Grécia, cujo resultado é incerto devido a uma queda da popularidade dos
dois principais partidos, a direita Nova Democracia, que parte como favorito, e
os socialistas do Pasok, acusados pelo rigor imposto ao país há dois anos
pressionados por seus credores, a União Europeia e o Fundo Monetário
Internacional, em troca de empréstimos para evitar a falência.
Segundo a polícia, mais de 8 mil militantes da Frente de Luta dos
Trabalhadores (Pame), ligado ao partido comunista, se manifestaram em
Aspropyrgos, a 35 km de Atenas, donde está situada a siderúrgica do grupo
Hellenic Halyvurgia, cujos funcionários estão em greve há meses.
Outras 1.500 pessoas responderam à convocação dos sindicatos em Atenas,
enquanto que 2 mil militantes de grupos de esquerda também se manifestaram no
centro de Atenas.
Rússia
Na Rússia, o presidente eleito Vladimir
Putin e o atual chefe de Estado Dmitri Medvedev
participaram pela primeira vez em uma grande manifestação de 150.000 pessoas
convocadas pelos sindicatos pró-governamentais em uma das principais artérias da
capital.
Putin e Medvedev, que participaram assim pela primeira vez em um desfile pelo
Dia do Trabalho, lideraram a passeata com um enorme cartaz que dizia "Somos uma
força!".
Depois da manifestação, a equipe no poder comemorou a data com peixe seco e
camarões em uma popular cervejaria popular do centro da capital.
Indonésia
Na Indonésia, 9.000 pessoas saíram às ruas da capital Jacarta para reclamar
aumentos de salários e a falta de segurança no emprego.
Quarto país mais povoado do mundo, com 240 milhões de habitantes, a
Indonésia conhece um dos crescimentos mais elevados do mundo,
com um índice anual superior aos 6% graças, em grande parte, a seus importantes
recursos naturais.
No entanto, mais ou menos a metade da população está abaixo do nível
internacional da pobreza enquanto o salário médio mensal dificilmente acompanha
o custo de vida.
Filipinas
Nas Filipinas, 3 mil pessoas seguiram até o palácio
presidencial em Manila exibindo retratos em que o presidente Benigno Aquino
aparece como um cachorro sob as ordens dos capitalistas estrangeiros.
Hong Kong
Em Hong Kong, 5 mil manifestantes pediram uma melhoria das
aposentadorias, redução do tempo de trabalho semanal e um aumento da hora de
trabalho.
Tunísia
Cerca de 20 mil tunisianos se manifestaram pelo emprego e unidade nacional na
avenida Habib Burguiba, lugar emblemático da revolução na
Tunísia. "Pão, liberdade e dignidade nacional" e "Trabalho,
liberdade, dignidade nacional" eram os principais lemas cantados pelos
manifestantes. Também participaram militantes do partido islamita Ennahda e das
correntes da oposição.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo; (01/05/2012).